29 de dezembro de 2011

Seu veneno .

Você teve medo de me perder, e se afastou como se fosse um crime,
Amando meu coração segue firme, sem ao menos tentar esquecer.
E seu veneno corre vagarosamente em minhas veias,
E perco meus medos, porque ao menos o torpor está aqui.

Lembranças de momentos que jamais se repetirão,
Suas palavras, seus olhos, estou sem chão.
Não posso acordar, eu não posso acreditar que você partiu.
Não imaginei que a verdade te afastaria de mim.

E o torpor volta, me tira o ar, então percebo que nada aconteceu,
Nunca houve amor entre você e eu.
Isso foi algo criado pela ilusão, uma citação só escrita em mim,
Meu coração farto, silenciado pelo fim.


E que os anos se passem, e eu já não lembre mais seu rosto,
E que meu coração esqueça todo o mal que você me fez,
Seu veneno agora toma todo o meu ser,
Assassinando em mim, tudo o que havia de você.

The end.

Então minhas lágrimas escorrem do meu rosto,
E meu grito é silenciado, e a meus olhos escondem o medo.
Minha voz já não mais quer ressoar diante de tudo isso,
Essas dores que tomam conta de mim, e eu não posso desfazê-las.

E quando acordo, só imploro que o dia acabe,
Porque já não mais faz sentido estar acordada,
As coisas caminham pra um lado errado e eu não posso direcioná-las,
Peço socorro, mas ninguém me ouve, ninguém pode me socorrer.

Eu estou num abismo, mas ninguém consegue me ajudar,
Eu só preciso de uma mão, só de um olhar, eu preciso de ajuda.
Todas as lembranças me fazem perder a sanidade,
E perco o controle dos meus sentimentos, eu já não sei quem sou.

Socorro! – grito desesperada.
Em mim existem marcas de feridas que jamais cicatrizarão,
Alguém me ajude.
Eu não posso mais continuar sozinha.

11 de dezembro de 2011

O tempo .

É como se fosse a única dose de uma vida deletada de mim,
Em meio aos meus sorrisos, lágrimas que tanto escondi,
E meu peito ainda pulsa pedindo que tudo seja um sonho,
Mas o tempo não pode apagar as mudanças.

É como se eu já não tivesse mais uma segunda chance,
E como um último sopro de vida, meu grito silenciado por mim,
E meu coração implora debilmente pra que tudo mude,
Mas o tempo não pode desfazer o que foi feito.

Desapotamento, desilusão e dor física,
Hoje fazem parte de cada chão que piso,
E todos os corações que machuquei, peço desculpas,
Mas o tempo não pode colar um cristal.

E que estes dias se passem, imploro perdão,
Afinal, o que mais podes esperar de alguém que já não mais vive,
E o pulsar do meu coração é um pedido de socorro,
Mas existem dores que o tempo não pode curar. 

17 de novembro de 2011

Sua volta .

Palavras silenciadas por carícias tão pedidas,
E seus olhos parados e perdido nos meus,
E teu cheiro fixado em meu corpo,
No silêncio de um beijo que você roubou.


E meu coração entregue a mais uma cilada do amor,
Sem temer o que será dito após essa troca de carícias,
E na malícia dos seus olhos me perco sem pensar,
E mais uma vez me encontro em seus braços.


Entre medo e desejo, silenciam os corações,
Mas desta vez é diferente, você parece apaixonado,
Me olha e me toca, permanece calado,
Me abraçando de uma forma tão forte, que fico sem ar.


E outro beijo é roubado, mas desta vez eu sou a culpada,
E a vítima é meu coração, palpitando ao ver sua mão entrelaçada a minha.
No silêncio do seu carro, com carinhos tão perfeitos,
Me apaixono por seu olhar, seu toque, seu beijo.

Dezembro Amargo

Você sempre será minha fraqueza,
Todas as vezes que eu olhar a nossa distância e lembrar do passado,
Estarei com saudades de palavras que teu olhar falou,
Fazendo meu coração se auto-destruir.

E quando seus olhos se perderem nos meus,
Eu farei o seu sorriso ser todo meu, lembrando de nós dois,
E mesmo que eu me envolva, sempre serei sua,
E é de você que gosto mais.

E quando nossos olhos voltarem a se encontrar,
Eu já não serei mais minha, porque só você pode me domar,
E os seus olhos se encontrarão nos meus, e estaremos juntos outra vez,
Porque você sempre será minha fraqueza.

E quando dezembro chegar,
Lembrarei do "eu te amo" que você disse,
E seu abraço será sentido com a saudade que é meu sobrenome,
E em meio de uma tribulação de sentimentos, eu estarei em você.

4 de novembro de 2011

Entorpecida .

Pergunto-me como será o amanhã, e não há ninguém que me rebata. O amanhã se aproxima e meu corpo treme de receio, quando olho em volta não há ninguém que me olhe nos olhos e me impeça de machucar meu eu. Ao ver que lembranças que jamais vão passar, ao ver que o amanhã se aproxima. Coloco o travesseiro sob a cabeça e me afundo no mais profundo poço de lembranças que me levam ao mais fundo abismo de abatimento e vejo que breve o amanhã chegará, e vejo que não há nada transformado, que tudo se afasta e minha memória me enlouquece, faz-me cegar todos os desejos que meu corpo pede, chamando por tempos que nunca se repetirão. E o amanhã se aproxima, e aqui jaz meu coração, afundado nos próprios anseios iludidos de ser absolvido por uma culpa que jamais será dele. E esse passado que não me deixa seguir em frente, e esse passado que fica alegre quando eu dou um passo pra frente, e dois para trás, meu coração inerte e unido a essa dor que me transforma em um corpo aprisionado pelos seus sonhos. O amanhã se se espreguiça e meus olhos ardem causando dor, minhas lágrimas insistem em escorrer e mostrar pra mim mesma que nada vai mudar, que sempre vou amanhecer e procurar dentro de mim a mais profunda lembrança de um momento que nunca mais vai se repetir. O passado me abraça, me chama, me puxa, me enlouquece com as lembranças que causam a dor da saudade, imploro mais, um pouco mais das dores que ele me causa quando me remete a dor da perda, da ausência, da falta que me faz não poder imaginar-me dentro de um círculo que meu coração implora pra ser formado. Estou viciada nisso, e desconheço qualquer forma de intervenção! Eu não vou conseguir sair desses momentos que me deprimem e puxam meu corpo com violência fazendo com que eu me afunde em abatimentos dementes de uma ilusão minha. Meus desejos de voltar, voltar e permanecer nesse passado tão remoto, e meu devaneio me pede em lágrimas que eu não levante, que eu não acorde, que não deixe a realidade chegar e me puxar pra um presente tão só e inconsequente. Só, o presente me deixa só, meus sonhos frustrados por uma mentira que me agarra e desgarra tudo o que quero pra mim, e nesta mentira permanece minhas alucinações, implorando que fique, que ame o desânimo que me invade e me envia a um canto sombrio, únicos e tão doloroso. O dia seguinte chega, mas meus olhos fechados não podem vê-lo, meus olhos fechados não querem acordar e perceber que o futuro chegou, e permaneço engolida em reminiscências que meu coração implora, deseja, anseia. Meu coração ainda permanece preso a um passado tão ruim, mas é nessa dor que ele permanece feliz, meu coração implora e pulsa por desejos que jamais serão explicados, meu coração está entorpecido por uma droga que não pode ser tirada de mim, porque meu próprio passado me viciou, me enganou e iludiu, causando dor e recomendando um subterfúgio de um presente e um futuro tão ausente de recordações condizentes com meu verdadeiro eu.

31 de outubro de 2011

Não pertenço a ninguém .

Não fui feita pra pertencer a alguém, pertenço a mim mesma, e isso é o que tem me bastado por um longo tempo. Sinto-me mais forte, até um pouco feliz, mas não preciso pertencer. Na verdade, o verbo “pertencer” não é muito usado em meu vocabulário, muito menos os pronomes possessivos, estes eu não uso, não quero que ninguém me pertença, todos estão livres para ir e até voltar. Dizem que quando eles voltam, é porque são nossos, mas acho que se fossem nossos, eles não partiriam, não é? Afinal, porque se precisa tanto de palavras fortes pra sentir que é seu? Eu me sinto melhor comigo mesma, confesso que tive medo de ficar sozinha, mas hoje, me sinto melhor comigo mesma, posso olhar-me no espelho e ver quem sou, comparando com quem eu era, e desde antes não pertenço a ninguém, e ainda não desejei pertencer. Tive momentos que estive com alguém, prestes a pertencer, mas não sou de permanecer tão perto a ponto de não mais me querer, eu me quero, me quero muito, não estou tão disposta a me dar a alguém que nem se mostrou feliz por me ter, aliás, ninguém me teve tão perto, a ponto de usar os possessivos, afinal, para que eles servem mesmo? São apenas denominações de um desejo insano das pessoas que não querem a si mesmas, das pessoas que querem outras pessoas. Eu, sim, eu ainda me quero. E não me arrependo de ter quase pertencido, mas permaneço aqui, não sou de ninguém e me sinto feliz.

26 de outubro de 2011

Morfina .

Eu esperei você me acordar. Eu esperei, juro! Preparei o despertador, e fiquei inquieta pela sua chegada. Preparei meu coração, fiquei apreensiva, mas eu sabia que você viria me acordar, então aguardei. Confesso que não consegui adormecer, nem um pouco, mas pelo menos tentei. Percebi que as horas passaram e você não veio, então, voltei o relógio, e percebi que o dia ainda assim as horas passavam. Mudei o calendário, mas ele também fazia com que o dia amanhecesse. Fechei todas as cortinas, e deixei que o quarto escuro, me deitei novamente e me forcei a acreditar que o dia não tinha chegado, mas mesmo assim você não veio. Em lágrimas não ousei levantar da cama, eu não mais sentia o pulsar do meu coração, nem mesmo a minha respiração, eu estava totalmente asfixiada nas minhas amaldiçoadas lembranças inventadas. E tentava dormir, queria dormir, queria acordar, queria acordar dessa alucinação tão cruel, queria acordar desse devaneio maldito e fingir que não existiu, que tudo o que estava acontecendo era apenas um pesadelo, mas todas minhas tentativas foram vãs. Enfim me levanto, as horas haviam passado, e a realidade permanecia a mesma. Notei que você não viria mais, que você não iria me acordar no dia do meu aniversário. Eu percebi que você havia me eliminado do seu interior, que havia me deixado, me tirado, você havia me consumido. Eu decidi acabar com meu lado emocional, eu decidi acabar com essas mentiras que ainda me torturavam, e com morfina me despedi de todas as dores. Eu, finalmente, te matei dentro de mim.

24 de outubro de 2011

Uma sensação só minha .


Uma sensação somente minha, mesmo que eu tente expressar, jamais será entendida, porque é só minha. Minhas pernas estremecem, meu coração dispara e eu não posso controlar nada disso, porque é uma sensação só minha. E quando seus olhos se encontram nos meus, eu sinto uma vontade de gritar, dizer que desejo cada momento com você, e tento explicar o que sinto, mas essa sensação é só minha. Seus lábios tocam os meus e posso sentir a insanidade me tomar, posso sentir você, e seu cheiro transpassando todos os limites, e essa sensação é só minha. E todos os meus sentidos se distorcem, eu não controlo, eu não sou dona de mim. Minhas mãos tocam sua nuca, seus braços entrelaçam minha cintura, e quando estamos juntos, posso sentir que somos um, e essa sensação me toma, me toca, me tem. Retendo todo o meu corpo, retendo até a minha alma, e me prendo aos seus sorrisos, me perco em seus braços, porque seus abraços vão me transportar. Nada pode tirar o que estou sentindo, cada olhar, cada beijo, cada palavra. Mesmo que qualidades afastem e os defeitos aproximem, essa sensação vai ser só minha, porque posso imaginar cada ação, cada jeito, cada gesto seu. Porque eu sinto cada pulsar do seu coração, e essa sensação, meu amor, é só minha.

22 de outubro de 2011

Silêncio .

O problema é que nunca ouço sua voz, o problema maior é esse, você silencia quando mais preciso ouvir seu som, nem que seja um sussurro fazendo com que eu fique extasiada imaginando que eu não fiz nada que preste, prefiro ouvir seus olhos me mostrarem que minhas escolhas foram erradas e incertas. Mas você silencia, e isso me irrita, e mesmo assim você emudece como se fosse algo comum, e no fim, eu me sinto tão errada, tão errada que parece que foi opção minha ser assim. Então, olho nos seus olhos e já não sinto o que sentia, e onde está o erro? Onde foi que eu falhei pra causar isso? Seu silêncio me corrói, tanto quanto um ácido ao cair numa folha de papel, parece que o seu sigilo vira faca e corta meus pensamentos, me causando dor física, e eu já não controlo as palavras que você não vai dizer. Seu silêncio me machuca, mas por algum motivo me prende, não é curiosidade, nem amor, seu silêncio apenas me prende, como se eu nunca mais pudesse ouví-lo. Porque cada encontro nosso é uma partida sua. Seu silêncio cala meu coração que pede ajuda.

15 de outubro de 2011

Castelo de Areia .

Eu construí um castelo com imagens suas,
Pra jamais perder a sua essência, o seu jeito de ser
Porque todas suas palavras construíram meu castelo de areia
E eu afasto-me do mar pra não desmanchá-lo.

E todos os meus sonhos continuam os mesmos
Porque sei que dentro dos seus olhos existe uma luz,
E nesta luz ponho toda minha fé, porque sei que você regressará
Com seu sorriso contagiante, fazendo meu coração vincular os pedaços.

E dentro de mim não há mais alegria, mesmo que meu sorriso brote,
Não importa o quanto estejam ao meu lado, eu estou só,
Porque sem a sua presença, sou metade de tudo que imaginei ser,
Porque na sua falta, eu aprendi a me proteger com as lembranças.

E estas lembranças se rompem quando vejo que você não tá feliz,
Porque sei que todas as suas esperanças se desfizeram,
Mas acredito que minha fé vai te salvar,
Te darei a minha salvação, porque sou assim,
Mesmo que todos falem que não posso, eu darei meu jeito.

Mesmo que todos digam que é loucura, que não há perdão,
Meu coração clama pelo seu sorriso, e entrega-se a uma lembrança perdida,
Percebo que só olho para os caminhos de onde você não virá,
Só que sei que ainda tenho minha fé, e minha fé te salvará.

9 de outubro de 2011

Martírio pelo tempo .

De minha história és o majestoso pioneiro,
Com o movimento contínuo dos seus ponteiros,
Atenuando as dores quotidianas...
Conserva, revela e substitui
O que momentaneamente não flui
Com sua analogia as sensações humanas!


Desperta-me para uma realidade infundada
Me faz temer um amanhã não previsto
Me dá um medo em pensar que fiquei distraída
E me perdi no seu imprevisto
Fazendo de mim apenas uma inexperiente
Deixando meu sorriso menos contente
Afetando meu coração tão machucado


Imponderabilíssimo segundo inacabado...
Também torna a saudade um fardo,
Por ampliar esse doloroso sentimento...
Tornando a falta, FALTA;
Transformando a ausência em AUSÊNCIA...
Em todas as notas do vagaroso instrumento.


Mas quando passas me olhas nos olhos
Desfazendo meus planos de fugir de você
Assim também faz com as feridas,
Que se curam ao te ver.
Eis que é o dono da minha vida,
Ora vejo a sua hora, ora em hora eu vejo você.


Trás consigo todos os minutos tolos,
Fadados a abrir os inúmeros rolos
Que minha pele obnubilada quer ignorar
Separações, tragédias e finais...
Se perderem entre as suas vogais,
Fazendo sua consoante chorar!


E minhas lágrimas já não pedem tempo
Elas preferem se mostrar da forma mais dolorosa
E você olhando nos meus olhos me afronta
Porque sei que nunca vou estar pronta pra te pedir mais tempo
E meu coração tão desatento, já sabe que você passou
E por mais que eu peça pra você agir,
Ainda mais sinto em mim essa imensa dor.


Lágrimas secas pelas horas passadas
Girando em torno de um infinitivo perpétuo
Abstrato ao seu pretérito imperfeito
E todas as outras coisas que nos obrigam estudar
Não finda, não cessa e não pausa
Existe a eternidade em nossos corações!


Segundos, minutos, horas e dias
Seus afazeres são vagos e suas vozes são frias!
Sou o ponto final dos argumentos
Entre o eterno escrever!



(S. L. Schiapim e Luara Potiguara)

2 de outubro de 2011

O indefinido se definiu .

Você ousou me criar e emendar os defeitos em mim
Arriscou me desfazer e construir uma imagem para si.
Nunca tive os atributos que me deu,
Nunca irei cumprir o que prometi,
Mas não sou nada além do que realmente deve enxergar agora.

Ainda há chuva lá fora, e minha camuflagem sumiu,
Não, você realmente nunca me viu.
E nem ao menos consegue distinguir o quão fraca eu sou,
Nem consegue entender que sou inabilitada para ir, para levantar vôo,
Mas você ainda não mira o meu lado hostil.

Pare! Não se iluda, eu não sou feita de cristal.
Eu não quebro, eu não sou de porcelana, não sou nenhuma boneca.
Você inventou para si mesmo uma imagem tão trapaceira, que hoje só pode vê-la.
Ver-me, então, enxerga-me como sou.
Sem camuflagem, sem plano, sem qualidade, sem som.

Entenda que nunca fui a flor do seu jardim,
Entenda que o meu indefinido se definiu assim,
Sou incapaz de amar alguém, sou incapaz de querer tão bem,
Agora sozinha posso enxergar, e a minha face me apavora,
Ainda há chuva lá fora.
E é a chuva que me tranca aqui, e eu realmente não quero surgir.

27 de setembro de 2011

Frase do dia:

Quanto mais intensidade no olhar, mais breve o imprevisível chegará.

26 de setembro de 2011

Bem melhor, bem ao pó.

Este é o meu coração, partido mais uma vez,
Dentro da sua própria angústia, se desfez.
Esvaziando a si mesmo, arrancando tudo que ainda o segurava.
Com tantas tentativas, fez-se sofrer, fez morrer aquilo que amava,
Não, não tente entender, ele quer pulsar sozinho,
Não, não tente entender, ele não precisa de pena.

Tudo foi modificado, em meio ao seu desejo inerte,
Sem medo de ser culpado, esfacelado nas mentiras que contou,
Com dor foi arrastado, cortado e estragado pelo amor.
E na incerteza, foi infeliz, não queria quem mais o quis,
E desfez os tratos que fez pra si mesmo, revelando seu segredo,
Quis chorar, quis partir.

Mas você não estava ali, quando pensei em me jogar,
Fiz de você um fácil alvo de afastar, de tomar e retornar,
Meu coração é seu desalento, desabitado, vazio e frio
E vejo agora que me contento em tê-lo por um fio.

Não, nunca quis aquilo que pedi pra você, nunca,
Nem se quer sei se tive tudo o que pensei que teria,
Mas mesmo longe, permaneço aqui bem fria,
Porque sozinha posso suportar os sentimentos que virão,
Porque sozinha vou continuar a pisar no meu próprio chão.

25 de setembro de 2011

Pequeno amor .

Ela passeava pelos próprios pensamentos e não queria sair de lá antes de tomar uma decisão. Suas mãos seguravam as dele e não estremeciam, a certeza estava dentro do coração dela, que já não mais batia deslumbrado.
- Acho melhor o fim. – Ela diz na certeza de não querer voltar atrás.
- Talvez você não tenha pensado direito!
- Não, é melhor o fim.
Ele sai do ambiente e nem olha pra trás.
Ela encara o chão e sorri, mas não de felicidade. Seu sorriso demonstra a certeza de que dentro dela ainda reside um sentimento inusitado. Ela sabe que ele vai encontrar alguém, então olha e diz em baixo tom, de modo que ele não ouviria:
- É, posso sentir o amor, e ele é preciso demais pra permanecer apenas comigo, preciso repassá-lo a mais alguém, por isso deixo você ir. Adeus!

23 de setembro de 2011

Frase do dia:

Embora te queira bem perto, a distância nos faz dois milagres indiferentes .

18 de setembro de 2011

Relaxa, ainda há vida lá fora!

Relaxa, ainda há vida lá fora!
Vamos embora, deixa a solidão que te apavora
Aflora o coração, não demora
Que o tempo já não pode mais nos esperar.

Relaxa, ainda há vida lá fora!
E todos que sorriem nos querem por perto
Em meu jardim, o seu deserto
Deixa que falem, vamos viver.

Relaxa, ainda há vida lá fora!
Mesmo parecendo tão difícil,
Ninguém tem nada com isso!
Pegue sua mala e vamos vencer.

Relaxa, ainda há vida lá fora!
E deixa que o vento sopre suas dores
Que eu te mostro amor e suas cores
Sem pensar, sem pestanejar, sem temer.

Relaxa, ainda há vida lá fora!

5 de setembro de 2011

Em silêncio .

Estou com você agora, mas o mundo cai sobre mim
Espero um minuto, silencio, repenso
Mas o mundo ainda me faz despencar
Existem palavras que machucam mais que uma lança.

Alcança dentro do meu ser, toma-me
Estou aqui visando um futuro que ainda não me pertence,
Em meio de um sentir que nada me diz,
E no silêncio da minh'alma, já não me conheço.

De nada adiantam suas palavras,
Se suas ações te fazem um ser tão distante,
Um certo ponto que me fascina,
Não sou nenhuma menina, agora vou me reconstruir.

Posso sentir um milhão de sentimentos agora,
Posso imaginar milhões de lugares,
Mas sinto que nada acontece,
Sinto que não vou a lugar algum.

28 de agosto de 2011

Desnuda .

Não!
Me olhe nos olhos e faleça em mim
Refaça meus passos, tome meus olhos
Destrua meu coração,
Sangre em minha canção.

Em meio à tormenta, desapareça!
Em dores me esqueça,
Meu corpo se aquece com a sua distância,
Meu coração aparece, cansa e descansa.

O mais improvável é querer te ter
Seus olhos falsos,
Tornam-se fácil de esquecer.
Caminhando descalça, pensando em me perder.

Saindo em silêncio, dormente dentro de mim
A porta fecha-se, calada estarei selando o fim,
Assassino meu próprio ser, para não pecar em você,
Pecado maldoso que enfim me livra de ti.

24 de julho de 2011

Temor

Não, eu não estou aqui para falar de amor
Não, eu não quero descrever o que é sofrer,
Essa liberdade que me prende sem querer,
Essa insanidade que acalma o meu padecer.

Não, não quero me envolver com o que dizem,
Mas por trás dessas atrizes, eu sou a mais desleal,
E em meus olhos posso ver meu próprio mal,
Tentando se livrar do bem em mim.

Me encontro dependente, meu medo de estar sozinha,
Este meu ser se encontra doente,
Emudecido em angústias minhas.
Quieto, eu ainda não desisti!

Fim, este parece tão distante.
Fim, este parece tão perto,
E então me assisto só,
Esse é o maior temor que eu já senti.

Não, eu não estou aqui para forjar um caráter que não tenho,
Estou aqui pra mostrar que parte mim falece,
Enquanto a outra parte em minhas dores apodrece,
Sem ao menos dizer que chegou o fim.

23 de julho de 2011

Desígnio

Nem todos os meus sorrisos mostram felicidade
Nem todas as minhas lágrimas caem de tristeza,
Talvez a minha dor nem sempre seja ruim,
Talvez a sua volta seja mais uma incerteza.

Eu já não sou mais a mesma que você deixou,
Fui obrigada a mudar, se contente com isso,
Em meio à bala perdida e o precipício,
Eu resolvi escolher a minha própria existência.

Refiz meus passos, sarei feridas,
Fiz escolhas e não me arrependi.
Apaguei seus passos e permaneci,
Saí do disfarce de menina, me tornei uma mulher.

Fui magoada sim, não vou enganar,
Mas, hoje, encontrei o meu lugar,
E sem medo escolho coisas para mim,
Em segredo te tirei, te afastei e iniciei um fim.

5 de julho de 2011

Desconhecido

As dores parecem consumir meus ossos
E entre meus próprios estragos, estou a me procurar.
Sem ao menos tentar perceber,
Eu sei que fui arrancada de mim.

Encontro seu olhar desvairado em outras situações
Afastando-se do seu lar,
Restando somente as decepções,
Sem ao menos esclarecer porque ainda sinto tanta agonia.

Acabou!
Uma hora o mocinho se torna o bandido,
Uma hora sentimos a dor de ser partido
Despedaçada posso ainda sentir o seu adeus,
Você se foi? Acho que eu te apaguei.

Chega!
Deixe que a máscara deixe sua face,
Porque a alegria que se chega irá me trair.
Deixe que todas as mentiras despertem,
Deixe que esta dor me desarme.

Olhar seus olhos me dá medo,
Porque desconheço quem mora em seu olhar.
Olhar seus olhos me dá medo,
Eles me mostraram quem você é.

26 de junho de 2011

Morte Súbita

E então me senti sufocado,
culpado de tudo que não fiz.
E um pouco embebedado, rompo,
desamarrado,  desgarrado de tudo,
das mentiras que ouvi.

Larguei-me de tudo,
desapeguei-me da vida.
Em meio as tribulações,
abrem-se todas as feridas,
mas mesmo assim, não me torno melhor.
Quanto maior a dor,
menos querido sou.

Chega de calúnias.
Essas histórias que são feitas pra crianças.
Sinto que a dor me alcança
e me faz pior do que já sou.
Então, escrevo sobre essa amargura,
sentindo algo além da vida.
Sinto a morte me alcançar
e me fazer demais infeliz.
Conduz, reduz, condiz.

Morte súbita a quem amou.
Veja de perto quem fingiu,
Escasseando a dor
Matando a quem partiu .

17 de junho de 2011

Um copo com gelo .

Eu só precisava de uma dose daquele velho uísque, só isso.
- Garçom?
- Sim?
- Me traz aquele uísque de sempre, mas dessa vez não coloque gelo.
Fiquei pensando até que horas esperaria que ela entrasse na porta do bar e dissesse que me ama, sem medo de ser feliz, sem medo de ser minha. Eu não bati nela por querer, a garrafa de uísque estava na minha mão, então, não foi por covardia, eu agi sem pensar, foi no momento, eu não tive intenção de fazer isso com ela, eu a amo, quer dizer, eu mais que amo, ela é minha vida. Talvez se ela não falasse tanto sobre o meu passado, isso não acontecesse. Ela insistia em saber de tudo, pra que ela precisa saber o que aconteceu com meus pais? Eles foram assassinados por alguém desconhecido, mas ela sempre tinha medo de olhar nos meus olhos, quando eu dizia isso. Parei depois de tudo o que fiz com ela e implorei perdão, mas ela não respirava, sua cabeça sangrava, mas eu limpei, eu tirei todos os vidros que estavam dentro dos seus cabelos, mas ela não queria me olhar, ela ficou olhando pra um ponto fixo no teto, ela estava no chão, mas a pancada não foi tão forte, ela não podia ficar com tanta raiva. O corte havia sido profundo, mas ela daria um jeito nisso, ela era enfermeira, ela mesma faria o curativo, assim que ela despertasse, ela cuidaria. Ela não queria falar comigo, então, saí e a deixei lá. O tempo passa tão devagar, ela não virá, até o garçom estranhou ela não ter chegado, ele sempre nos via aqui, ela vinha toda séria e sempre atrasada, ele a viu com o olho inchado, da última vez, mas ela havia levado uma queda. Eu estou ficando viciado nesse uísque, mas não estou cansado e também não quero ir pra casa, não vou dar o braço a torcer, ela deve estar do mesmo jeito que deixei, sem nem se mexer, eu limpei o rosto dela, implorei perdão, mas ela não deve ter me perdoado, lembro dos olhos fixos no teto, estranho isso, ela nunca havia ficado tanto tempo parada. Resolvo caminhar um pouco, ando ao redor do prédio, e vejo o carro da polícia, mas ela não deve ter dito nada, deve ter sido a vizinha. Volto pra o bar.
- Garçom?
- Sim?
- Um copo de uísque, mas dessa vez quero num copo com gelo, muito gelo!
Alguns minutos depois chega um rapaz me chama lá na porta do bar, estranhei o terno dele, ainda mais pelo horário. Vou até ele e pergunto o que ele deseja. De forma tranqüila o rapaz me olha nos olhos e diz:
- O senhor está preso pelo assassinato da sua esposa.
Olhando para baixo, deixei que ele me algemasse, ela não ligou pra polícia, mas a vizinha deve ter ligado, ela sempre olhava estranho pra mim, infelizmente esqueci-me de inventar um desconhecido. Desta vez vou preso, mas quando sair, ela vai ser a próxima vítima.

15 de junho de 2011

Utopia desconexa .

Sinto saudade de um tempo sem nexo,
saudade de um tempo inexistente,
saudade de um momento imaginado,
saudade de algo que não aconteceu.

Por falar em acontecer,
sinto saudade também do que estava,
sinto falta de algo que me interessava,
isso não existiu.

Já viveu uma mentira?
Então não sabe o que é viver,
vivo uma mentira durante anos,
e que mentira longa,
minha idade não permite mais contá-la,
mas minha dor me permite lembrar.

Sinto saudade de tudo:
da verdade que se escondeu,
do coração que não bateu,
de uma história que alguém contou,
de um ânimo que desanimou
e de tudo que jamais voltará.

9 de junho de 2011

Pare por aqui .

Deito minha cabeça no travesseiro e os meus sentimentos transbordam
Entre risos e lágrimas, estou aqui mais uma vez.
Não faz sentido continuar com uma angústia que não passa,
Essa nostalgia que me laça e traça um destino que eu não quis.
Olham e acham que estou feliz, mas não estou.
E no meu choro sinto a amargura e esta amargura não sai de mim,
Por favor, vá embora, eu não quero mais você junto
Meu coração pulsa em um lugar inabitado, e eu atraio você,
Peço que você chegue e me refreie como sempre fez,
E desta vez que dure mais de um momento.
Não, não atue como se isso fosse episódio, porque é mais do que presumi.
E desta vez prometo ser pra sempre, eu e você uma visão só
Sonhei que éramos um, mas você não está em lugar algum
E novamente me faço em pó.
Minha garganta faz um nó e eu lembro o mal que me fez,
Atinge bem intensamente desta vez.
Pare por aqui
Eu não quero mais você em mim.

22 de maio de 2011

Destemido, tema .

Talvez seja uma mera desilusão,
Mais uma numa coleção,
Uma dor, insatisfação,
Ou quem sabe seja apenas mais um copo de uísque.
Aquele vá, dizendo fique
Aquele adeus, dizendo permaneça
Quem sabe esse coração enobreça
Quem sabe essa paixão se solte, se perca
Talvez seja uma mera desilusão,
Uma louca paixão,
Uma nova traição
Ou quem sabe seja apenas um poema
Que meu coração destemido, tema
E assim enxergue o amor .

6 de maio de 2011

Me perco em você

Ele esteve aqui.
Entrelaço-me em teus passos,
sinto o seu cheiro e
me retorço em meu travesseiro.

Ele esteve aqui.
O barulho silencioso,
o silêncio barulhento.
Eu só via seus olhos,
só sentia seu hálito em minha nuca.
Talvez eu tenha ensandecido,
pois entro em colapso sem você.

Ele esteve aqui,
e eu não imaginei que seria sem avisar.
Não pensei que chegaria pra me animar.
Meu coração desfalece e eu sei que o motivo maior é você.
Retorno ao meu corpo, volto ao pó
porque sei que é você.
É você pra mim.

Ele esteve aqui.
E perdida nos lábios e nos abraços,
nos sorrisos e nas lágrimas, sei que vai voltar.
Ele esteve aqui para meus sonhos atormentar,
meus sentimentos alimentar.
ele esteve aqui, e não me importo que tenha sido uma vez ou sem querer.
Ele esteve aqui e, mais uma vez, foi bom te ver.

20 de abril de 2011

Afasta-me de mim

Habita em mim um silêncio que grita por alguém, que me consome.
Ele só lateja dentro de mim, me ensurdece.
Ensurdecido, desfaço meus erros, disfarço o meu olhar, meu foco.
Sem apelos, escondo minhas vontades, meus gostos, minha emoção.
Silêncio! Não quero ouvir nada que venha de você.
Silencio a mim, silencio o meu ser.
Chega! Finalize tudo isso! Livra-me daqui!
Mate-me, alivie-me, afaste-me de mim.
O meu cálice grita por um pouco de atenção.
Meus olhos pedem socorro, anseiam por uma saída.
Essa dor que me tira a vida,
Ninguém me enxerga,
Ninguém me percebe,
Ninguém me vê.
Ora caminho curto, ora um longo caminho a percorrer.
Escuridão, não há uma luz no fim deste caminho.
Não, eu não quero que me ajudem; ajudarei-me sozinho.
Encolho-me como um feto e não há movimento algum,
Mas meu coração pulsa, chama, chora, geme, e eu o emudeço.
Então, me enrijeço, enlouqueço, afasto-me de mim.
Não, eu não quero que me amparem, não quero amor e nem perdão.
Livre-me deste cálice, desta dor, da depressão.
Livre-me de mim antes que eu faça isso.
Não me julgo são para estar à beira do precipício.

13 de abril de 2011

O tempo que for .

"Será que posso explicar o que aconteceu?"

Assim começava a carta, mas Lucy não fazia questão de ler o restante, então rasgou a carta sem ao menos saber a explicação, ela ainda estava com raiva por seu namorado Caio ter saído com sua amiga Dasy ontem a noite, mas a amiga prometera não fazer nada demais.
- Sim, mas não queria que você saísse com ele, você sabe que sou ciumenta! - mas Dasy estava muito animada pra sair com ele, ora, o que teria demais sair com um amigo? - Ah, não acredito que ele ousa me mandar uma carta, são 6 anos de namoro, e ele sai com minha melhor amiga, o pior é que ela aceita, não vou mais olhar na cara dessa cínica, não suporto o fato dela ter saído com o homem da minha vida, sim da MINHA VIDA!

Então, passou-se uma semana, ela pediria suas férias do banco, Caio mandava cartas todos os dias pra Lucy, ligava, ia na casa dela, mas ela resolveu passar um mês em outra cidade, e assim o fez. Na volta, dentro ônibus conheceu um rapaz, cujo nome não foi dito, nem perguntado, mas conversou muito com esse rapaz, então ele a fez perceber que tudo isso era infantil, que ela deveria estar perto do namorado dela, e conversar com ele pra mostrar as falhas, os erros, o que ele não devia e o que deve fazer, disse-lhe em segredo:
- Os homens dizem que não, mas gostam de ser conduzidos pela mulher, principalmente num relacionamento, os homens só conduzem na dança, no resto, vocês mandam, até sem querer!

Isso a fez pensar durante a viagem inteira, são 5 horas de viagem, e o homem havia descido após dizer esta frase, ela nem se preocupou em perguntar o nome dele, só imaginava como seria chegar até Caio e dizer o quanto o ama. Então, a noite chegara, e ela estava ouvindo a música deles dois "Mais uma vez - Jota Quest", sempre que brigavam, eles cantavam essa música, descrevia totalmente o relacionamento deles dois. Lucy agora com os olhos cheios de lágrimas, percebe o quanto Caio a fez crescer, amadurecer e mudar pra melhor e tudo o que ele fez por ela, todos os sacrifícios, em 6 anos de relacionamento, eles pareciam perfeitos.

Ao chegar na cidade, foi correndo pra casa de Caio, e o viu beijando Dasy, ela ficou em choque, partiu pra cima da amiga, e não pensou em mais nada, só queria bater nela, então, Caio afastou Lucy e a mandou ir embora, olhando diretamente nos olhos dela, Lucy obedeceu, sua casa era do outro lado da rua, ela foi, de cabeça baixa e de longe ouviu caio gritar:
- Você me deixou por um mês, me ignorou por um mês, eu não iria esperar até quando você me quisesse de novo!

Ela nem se quer olhou pra trás, entrou correndo em casa, aos 26 anos já morava sozinha, então, começou a chorar compulsivamente, como se fosse uma criança, depois recebeu uma ligação do seu chefe, dizendo que ela tem mais uma semana de férias, por conta das horas extras que ela fez no banco, ela até ficou feliz, não chegaria na segunda - feira com uma cara de choro, então, saiu de casa, e foi ao mercadinho comprar muito sorvete e comida enlatada, essa semana ela tiraria uma folga de tudo, até da dieta. Então, passou-se uma semana e voltou tudo ao normal, o seu trabalho a ajudaria a esquecer um pouco disso tudo, desta vez ela ficaria até o mais tarde possível, e quando chegasse em casa estudaria, ocuparia a cabeça.

Todos os dias saía mais cedo pra não olhar o Caio ir trabalhar e ela não imaginava que ele estava na janela, olhando pra sua casa, esperando vê-la. 
Passaram-se dois anos e então, a sua música tocara no rádio, ela sempre ouvia, mas escondia de todo mundo que queria que ele voltasse, dois longos anos e ele ainda a amava, dois longos anos e ela ainda o amava. Caio e Dasy haviam terminado há um tempo, não tinham nada muito sério, apenas um relacionamento aberto, mas Caio só ficava com Lucy, em pensamento, mas ficava. 

Lucy estava na porta de casa, cuidando das suas flores, então, finalmente viu Caio, moravam em frente, mas ela sabia o evitar, sabia bem a rotina dele, então, neste dia ele fez diferente, chegou até ela e falou:
- Quando saí com Dasy, nós fomos escolher um presente pra você, durante esses dois anos eu nunca sofri tanto, mas tive tanta raiva de você, porque você fugiu? Porque não conversou comigo? Hoje, nossa música tocou, desta vez, ouvi bem alto, queria que você soubesse que eu ainda te amo ..
- Eu também estava ouvindo! - disse Lucy.
- Lucy, foi esse presente que fomos comprar pra você - tirando uma caixinha do bolso e abrindo - fui comprar um anel, iria pedir você em casamento!
Lucy começou a chorar, não conseguia mais falar ...
- E depois desses dois anos sem você, meu amor só cresceu, nunca deixei de te amar, estava com Dasy por raiva, por orgulho, mas só queria você!
- Então, porque você não veio falar comigo? 
- Eu não queria, eu não queria deixar meu orgulho de lado ... erro meu!
- Caio, eu te amo!
- Lucy, hoje faríamos 8 anos juntos, de um longo relaciomento, que só você e eu sabemos o quanto foi maravilhoso, o quanto fizemos e construímos juntos.
- É, eu sei - disse com lágrimas nos olhos, estas ardiam, pareciam ferver em seus pequenos olhos castanhos .
- Então, neste dia, logo neste dia - ele começou a se ajoelhar - Lucy Franco Feitosa, você quer se casar comigo?
Então, Lucy limpou suas lágrimas, apenas olhou para o Caio, e colocou suas mãos nos ombros dele, pedindo de forma silenciosa pra ele se levantar, estendeu sua mão e ele colocou o anel, então ela colou sua mão em volta do pescoço dele e o beijou, então depois o olhou profundamente e disse:
- Sim, eu quero passar o resto da minha vida com você! 

12 de abril de 2011

Quero estar onde já estive .

Acordei e percebi como sou e o que quero.
Gosto do que não foi planejado,
gosto do que não é combinado.
Gosto do espontâneo.
Ele me doma,
me toca,
me tem, 
me transforma,
me assume,
me esconde,
me arranha,
me assanha. 
Me torna menina,
me faz mulher.
Gosto do que não é premeditado,
gosto de fazer sem imaginar,
gosto de ter idéias sem muito pensar,
gosto de tudo que acontece repentinamente,
gosto de você, gosto de mim, gosto da gente.

Ah, é tão doce esse sintoma que sinto,
essa saudade da espontaneidade
desse seu carinho infindo.
Detalhes me atraem, me divertem, 
me tornam outra pessoa:
um alguém mais livre.
Hoje, quero naturalidade.
Hoje, quero estar onde já estive.

9 de abril de 2011

Frase do dia:

" E no coração há mais um desvendar, do que um perceber."

8 de abril de 2011

Falta-me

Estarei eu, uma ousada amante do escrever, vazia?
Falta-me inspiração, querer, desejar?
Não, não tente me fazer, me desfazer, me refazer.
Estou sem inspiração, sem vontade, sem querer.
Ah, uma vã amadora, sem saber o que escrever?
Isto agora me parece normal.
Uma amadora tem destes dias.
Ora, ora meu caro leitor, para quê tanta pressa?
Estou vazia, lembra-se? Não há uma razão!
Estou tentando procurar inspirações, livros, poesias e até canções.
Essa vida literária tão imprecisa, tão disfarçada!
Estou vazia, lembra-se? Acho que a escrita não mais me deixa enamorada.

29 de março de 2011

Minhas, somente minhas escolhas

Em meu lugar, encontro-me desistente.
Já não importa mais quem sou.
Em meu lugar, estou descontente.
Pergunto-me qual valor há no amor.

O problema é o se entregar, o querer e o se dar.
Verbos que me fazem debulhar em lágrimas.
E o meu ser, a beira do precipício, insiste em voar.

Coração, prometo-lhe nunca mais te machucar.

Depois de tantas tentativas,
[todas inúteis]
depois de tanta confiança,
[palavras fúteis]
torno-me eu.
Apenas um ser, sem amor, sem classificação.
Sou um vírus sem especificação.
Divido a parte de mim machucada
com a parte que quer ser curada.
Dentre essas duas, uma foi amada.
A outra busca aprender sobre o amar.

Minha escolha será somente uma.
Não poderei mais me conter.
Em meu mundo solitário que se inunda,
é melhor escolher a que quer aprender.

Eu seria melhor sem amor, porém sem nexo.

18 de março de 2011

Tempo .

Tempo que abusa de mim, 
me toma pela mão e me puxa com toda sua força.
Tempo que me maltrata,
tempo que me enche de saudade,
tempo que se faz maldição,
tempo que se faz rendição,
tempo que se faz tempo.
Tempo que me perde,
tempo que me ganha,
tempo que dá tempo,
tempo que desfaz.


Olha tempo, vou te deixar pra trás!



17 de março de 2011

Inóspito .

Este é meu coração.
Frio, quieto, silenciado.
Este é o meu coração.
Calmo, sozinho, em sono profundo.
Este é o meu coração.
Em total desalento, não quer mais os motivos.
Este é meu coração.
Ambiente inóspito.
Pedaço de mim, metade de você .

9 de março de 2011

Quieto .




Aquiete-se coração, 
jamais voltarei a ouvir teu pulsar.
Aquiete-se coração,
deixa-me viver uma folia particular.







8 de março de 2011

Na minha morte .

Quieta em meu canto, já não tenho mais o que falar.
Não necessita-se de palavras, muito menos de sentimentos.
Tudo o que preciso é do silêncio... Este me possui.
Desde então, me aquieto e nada mais profiro.
Minhas lágrimas tornam-se acalanto.
Já não há mais motivos para saber quem sou.
O silêncio me abraça, me protege.
Em meus desafios, sou perdedora!
Não pense que descobrirá os meus problemas,
Não tente.
Desafiando - mais uma vez - o "quem sou eu", descubro-me imbecil.
Na minha loucura singela, sou criança.
Na minha insanidade discreta, sou pobre... Uma vã atriz.
Não julgue minhas palavras de forma vulgar ou sem sentido.
Aquilo que se cala dentro de mim é o que grita ao seu ouvido.
Em meu silêncio, deito-me com a morte.
Ela olha em meus olhos jurando nunca mais me deixar.

4 de março de 2011

Roleta Russa

Chegou minha vez, e não vou ceder. Não vou pensar. Com a arma nas mãos me sinto seguro, até estranho a sensação. Mas eu gosto - e gosto muito - disso. Imaginando quem será minha vítima, meus amigos sorriem, não acham que vou acertar. Jogam um dado para cima. Ao invés de números, tem partes do corpo que posso atingir. Quando o dado cai na mesa, a escolha foi fácil. Tenho que atingir a palma da mão. Agora, vou até os papéis pra sortear minha vítima. Se sair meu nome, terei que dar a arma a pessoa que mais confio e me colocar no alvo. As mãos querem tremer, mas mantenho-me concentrado. Ao colocar a mão na caixa, tiro o papel mais enrolado. Ao puxá-lo, não me surpreendo. Meu nome estava escrito nele. Dentre cinco pessoas, escolho alguém de minha confiança. Collin. O conheço há 10 anos. Ele ficou sério, não queria que o escolhesse, mas ele sabia que eu o escolheria. Passo a arma para ele. Ainda estou seguro, quieto. Collin me olha nos olhos, e eu apenas aceno com a cabeça, passando confiança para ele. Encostado na parede, posição de "redenção", olho fixamente para o cano da arma, levanto o braço e o coloco no alvo. Fecho os olhos e me mantenho sério, ao contrário dos meus amigos que sorriem, sabendo que Collin acertará. Ele gira o tambor da arma, encaixando-a sem nem olhar para mim ou para a arma. Ele estava fisicamente ali, mas não emocionalmente. Colocando o dedo no gatilho, Collin dispara a arma. Desta vez, eu ganhei. Respiro normalmente, olho nos olhos de Collin e digo sem piscar. “Roleta Russa”.

Vidro Fumê .

São 4h horas e não consigo domir. Meu celular toca e, dessa vez, eu corro desesperada para atender. "Número desconhecido", quem será que me liga a essa hora? Ao atender, ouço somente uma respiração seguida de um "alô" quase sussurrado. É você. Meu coração dispara, parece me machucar. Abraço o travesseiro porque sinto que ele bate tão forte, que você poderá ouvir. Eu digo, de uma forma quase fria:
- Oi, aconteceu algo?
- Sim, aconteceu!
- O que?
- Percebi que estou sem você! 
Silencio. Era tudo o que eu queria ouvir, mas não acreditava que sairia da sua boca de uma forma tão sincera, aparentemente.
- Preciso te ver, por favor. Eu te imploro.
- Olha J., eu não sei se isso vai terminar bem, você não pode ficar brincando assim.
- Eu não brincaria com alguém que amo.
- Onde você quer me ver?
- Vamos caminhar na praia?
- Pode ser. Que horas?
- Eu te pego na sua casa, afinal, pela manhã não tem ninguém aí não é?
- Então vou te esperar. Até amanhã.

Se eu não estava conseguindo dormir, pode imaginar após sua ligação? Meus olhos lacrimejavam ao imaginar nossas mãos finalmente cruzadas, traçando nosso caminho na praia e, talvez, em qualquer outro lugar.
Amanhece. Às 8h, você me manda uma mensagem, avisando que chegará em menos de cinco minutos. Ansiosa, já estou pronta e com tudo arrumado. Devagar, seu carro para na porta. Notei que você colocou vidros fumê. "Por que esse mistério?". Você desce o vidro do banco do carona, olha pra mim todo sorridente e me chama. Tento ficar séria, mas a tentativa é vã. Entro no carro, e você me cumprimenta. Segura meu queixo e me beija. Apenas correspondo. Sem graça, eu te digo para se apressar. Não quero que os vizinhos comentem depois.
Chegando na praia, você segura minha mão. Caminhamos como namorados. Parece um sonho. Tudo ocorrendo bem, da forma que eu sonhei. Você me segura pela cintura, me abraça e, baixinho no meu ouvido, diz que me ama e que nunca me esquecerá. Tento entender a frase, mas você me beija e desta vez eu não queria pensar em nada. Sinto que será nosso último beijo. Ficamos tanto tempo lá, segredos que só o mar e nós saberemos. Após alguns minutos, você olha em meus olhos e diz:
- Ellen está grávida, e o pai dela disse que ela deve casar.
Ellen, sua namorada, parece que ainda existe... e eu perderei você.
- Hã? Então porque você fez esse dia se tornar tão ... 
Você não permite que termine a frase, e diz:
- Eu te amo. Eu te amo muito, e tinha que me despedir de você porque casarei amanhã.
Sem fôlego, perco o chão. Sem jeito, tento pensar, mas não consigo. Todas as cenas inundam a minha cabeça, e eu não consigo falar nada, apenas te ouvir.
- Casarei com ela amanhã e vou morar na cidade do pai dela que fica a mil quilômetros daqui. Mas deixarei com você o meu coração.

Mando você ir embora. Sem pensar em mais nada, eu pego um táxi e peço pra me deixar no parque. Me deito na grama e começo a pensar. "Eu te perdi".
Você me liga desesperado, perguntando onde estou. Decido fazer esse dia terminar totalmente bem. Mesmo sabendo que seria o nosso último dia, mando você ir até o parque. Passamos os dias juntos. Celulares desligados. Somente nós dois. 
Conversamos, nos divertimos e fizemos tudo que devíamos fazer, como se nada fosse acontecer amanhã. No carro, o último adeus. Minhas lágrimas caem, e as suas também. Mas dou um último sorriso alegre, e você também. Um mês depois recebo uma ligação da sua mãe me informando que você havia falecido devido a um câncer que não queria que eu soubesse. Você não queria me ver sofrer. Ela me diz que você havia deixado cartas, fotos, tudo de nós dois numa caixa, e que eu deveria ir buscar...
Nesse momento, paro e percebo. Eu realmente te perdi
Silenciando minha voz, meu coração e minha vida, escrevo na parede do seu quarto:
"28/05/2001. Será eternamente nosso segredo."

Insegurança segura .

Envolva-me como se fôssemos um, como se nunca mais houvesse motivo para separação.
Envolva-me como a minha escrita, afagando-me com papéis que me tornam uma escritora tão fanática por amor.

Estranhe-me e não deixe que eu me jogue ou me perca.
Estranhe-me e não permita que eu tenha uma vida inacabada.
Não disfarce esse seu olhar, afinal, sei o que você quer.

Esse coração tão machucado ainda insiste em resistir, mas a razão diz apressadamente que é melhor parar aqui.
Já não faz sentido amar ou não amar; quero apenas me envolver.
Sentimentos logo chegarão, aí poderemos discutir o que acontecerá.

Somente neste momento, quero me perder um pouco, me deixar fazer, me deixar querer, sem motivo algum.
Agora, quero estar contigo, te chamar de amigo ou algo parecido com aquilo que você vai se tornar.

Não, não há razão para olhar pra trás.
Você também se machucou muito, mas não vou prometer cuidar de você.
Não, não tenha medo; vamos nos entregar e, neste quarto escuro, jamais saberão o que aconteceu.

Na minha insegurança, posso estar segura.
Em seus olhos castanhos, vejo toda a amargura.
Não tenha medo do que acontecerá, estamos sós!
Ninguém atrapalhará.
Vem sem medo, que eu te ensino como se envolver, 
Sem se machucar .

1 de março de 2011

Estranhamente meu.

Depois de uma noite de briga, a madrugada veio nos acalmar. Em seus braços, ganho beijos que me fazem dormir. Entre carinhos e palavras, você se mostra totalmente meu, sem inibição alguma, sem medo. Mostra-se livre pra dizer tudo aquilo que não dissemos em outros instantes, em outras lembranças. Agora, sou totalmente sua. Você se cala e somente olha em meus olhos. E nos seus, vejo indagações que criei, vejo certezas que dei e negações que afirmei. Você sorri, confirmando que sempre estará por perto. Nos comunicamos por nossos olhares, e isso mostra que você é estranhamente meu. A madrugada se espreguiça, e a manhã logo chegará. Então, em meus sonhos, te guardo e prometo ir te buscar.

28 de fevereiro de 2011

Nessuno capirà .

Em meu quarto, desenho um futuro somente meu.
Não há nada que consiga me atrapalhar.
Em meu espelho, vejo um reflexo que não desenhei para mim.
Talvez eu nem mais conheça quem é esse alguém no espelho.

Desenhando na areia da praia, 
Ouço o som tocado pelo mar. Isso me acalma.
O desespero se fora, por enquanto.
A dor da perda me permite respirar, um pouco!

Mesmo que apague isso,
Ainda estará dentro de mim.
Mesmo que eu não queira vê-lo,
Ainda permanecerá aqui.

Existem novas certezas em mim.
Embora tudo tenha um novo peso e uma nova medida, 
Sei que é a decisão mais certa.
As lágrimas caem em descontrole absoluto. Não as evito.

As pessoas passam, as ondas quebram.
Minhas lágrimas ardem, flamejam.
Esse torpor me sufoca,
Mas desta vez, a decisão é a certa!

Em luto, percebo que te matei dentro de mim.