24 de julho de 2011

Temor

Não, eu não estou aqui para falar de amor
Não, eu não quero descrever o que é sofrer,
Essa liberdade que me prende sem querer,
Essa insanidade que acalma o meu padecer.

Não, não quero me envolver com o que dizem,
Mas por trás dessas atrizes, eu sou a mais desleal,
E em meus olhos posso ver meu próprio mal,
Tentando se livrar do bem em mim.

Me encontro dependente, meu medo de estar sozinha,
Este meu ser se encontra doente,
Emudecido em angústias minhas.
Quieto, eu ainda não desisti!

Fim, este parece tão distante.
Fim, este parece tão perto,
E então me assisto só,
Esse é o maior temor que eu já senti.

Não, eu não estou aqui para forjar um caráter que não tenho,
Estou aqui pra mostrar que parte mim falece,
Enquanto a outra parte em minhas dores apodrece,
Sem ao menos dizer que chegou o fim.

23 de julho de 2011

Desígnio

Nem todos os meus sorrisos mostram felicidade
Nem todas as minhas lágrimas caem de tristeza,
Talvez a minha dor nem sempre seja ruim,
Talvez a sua volta seja mais uma incerteza.

Eu já não sou mais a mesma que você deixou,
Fui obrigada a mudar, se contente com isso,
Em meio à bala perdida e o precipício,
Eu resolvi escolher a minha própria existência.

Refiz meus passos, sarei feridas,
Fiz escolhas e não me arrependi.
Apaguei seus passos e permaneci,
Saí do disfarce de menina, me tornei uma mulher.

Fui magoada sim, não vou enganar,
Mas, hoje, encontrei o meu lugar,
E sem medo escolho coisas para mim,
Em segredo te tirei, te afastei e iniciei um fim.

5 de julho de 2011

Desconhecido

As dores parecem consumir meus ossos
E entre meus próprios estragos, estou a me procurar.
Sem ao menos tentar perceber,
Eu sei que fui arrancada de mim.

Encontro seu olhar desvairado em outras situações
Afastando-se do seu lar,
Restando somente as decepções,
Sem ao menos esclarecer porque ainda sinto tanta agonia.

Acabou!
Uma hora o mocinho se torna o bandido,
Uma hora sentimos a dor de ser partido
Despedaçada posso ainda sentir o seu adeus,
Você se foi? Acho que eu te apaguei.

Chega!
Deixe que a máscara deixe sua face,
Porque a alegria que se chega irá me trair.
Deixe que todas as mentiras despertem,
Deixe que esta dor me desarme.

Olhar seus olhos me dá medo,
Porque desconheço quem mora em seu olhar.
Olhar seus olhos me dá medo,
Eles me mostraram quem você é.