23 de janeiro de 2011

Overdose de você .

Passam os dias e continuo parada aqui em frente ao meu computador olhando fotos suas, olhando fotos minhas, olhando fotos nossas. Estou aqui parada me perguntando por qual razão não fiquei com você, por qual razão tive que te perder pra alguém que não te ama tanto quanto eu te amo... Pego meu cigarro, dou uma última tragada. A tosse compulsiva inicia - droga, tenho que parar de me envenenar -. Vou até a cozinha pegar a coca-cola que comprei logo cedo e encho o meu copo. Não me satisfaço. Levo a garrafa pra o quarto, sento em meu computador e encho-me como uma criança se esbaldando em chocolate. Pela primeira vez, após a sua partida, estou triste e derramando as mesmas lágrimas - pareço um bebê sem mãe, mas não ligo -. Estou sozinha em casa, posso fazer o que quero! Então, decido chorar e pôr as músicas que me lembram você, todas elas. Novamente me embriago com seu perfume, sua voz e suas fotos, mas não posso ter você aqui perto. Pego o telefone e ligo pra você - número inibido, é claro -. Após chamar algumas vezes, você atende com aquela voz rude, que me tira o bom humor, e diz:

- O que é? 

Me pergunto se você sabe que sou eu quem está ligando pelo jeito que fala. Deve saber, deve ter a idéia de que sou eu. Desligo o telefone, me sento, aumento o som, coloco os fones, deito minha cabeça sobre a escrivaninha e me jogo nessas tristezas infindas. Desenho um coração e, inconscientemente,  escrevo seu nome dentro dele. "Mas que droga estou fazendo comigo mesma?". Choro até soluçar, pareço me afogar nas mágoas que ainda tenho. 
Tiro os fones, me deito na cama e tento dormir. Meu telefone toca. É você. "Acho que dessa vez ele descobriu", penso. 

- Alô? - Eu digo.
- Você ligou pra mim. Por que não falou nada?
- Eu precisava ouvir sua voz, somente isso!
- É, mas estou ocupado.
- É, mais uma vez sou deixada pra trás. Adeus!

Desligo telefone. Após alguns minutos, recebo uma mensagem dele: "Quero te ver". Mando outra: "Quando?". Você responde: "Falo com você depois".
Pertenço a ele, não me critiquem, o quero mesmo assim. 

22 de janeiro de 2011

Sono .

Sono, profundo sono.
Envolva-me. És o único que poderás trazê-lo de volta.
Faz-me sentir tudo aquilo que só ele desperta em mim.

Sono, profundo sono.
Traga-me aquele aroma, aquela pele envolvente.
Dá-me aquele beijo tresloucado e sem sentido.

Sono, profundo sono.
Tira-me essa vontade e permita-me a ele, por inteira.
Vem e deixa-me aproveitar cada pedaço que a ele pertence.

Sono, profundo sono.
Deixa-me mergulhar em teus abismos.
Deixa-me fazê-lo realidade.
Sê-lo.

21 de janeiro de 2011

Pegadas .


Na areia, vejo pegadas suas.
Na areia, vejo pegadas minhas.
Na areia, vejo pegadas nossas
Na areia, me vejo sozinha.

Faz de mim o que quiseres

Vício, inegável vício.
Torno-me cada dia mais sua companheira.
Ao teu lado, faço tudo aquilo que nunca ousei fazer.
Vício, inegável vício.
Te quero perto, bem perto.
Te desejo mais a cada instante.
Vício, inegável vício.
Vinde a mim extraindo todas as minhas forças.
Vinde a mim, jogue-me no chão, deixe-me assim.
Vício, inegável vício.
Faz de mim o que quiseres.

Calma, ele voltará .

"Calma, ele voltará"
O coração dela parecia estar sendo despedaçado aos poucos.
Cada vez que o "adeus" era trazido em meio às lembranças, mais fortemente o coração destruía-se.

“Calma, ele voltará”
E, como uma criança mimada, lança-se às lágrimas, sacode as pernas e aperta as mãos colericamente.
Chora de forma compulsiva e implora para que o tragam a ela.

“Calma, ele voltará”
Sequidão na face; impõe-se como mulher, pega sua xícara de chá e cruza as pernas.
Acende seu cigarro e espera. De forma singela, o espera.

20 de janeiro de 2011

Apenas isso .

Escrevo baseando-me naquilo que sinto.
Se machuco-me, escrevo sobre a dor.
Se apaixono-me, escrevo sobre o amor.
Se nada sinto, não há sobre o que escrever.

Escrevo baseando-me naquilo que sinto.
Sou a compilação daquilo que não posso ter e daquilo que desejo debilmente.
Formei-me por pedaços de coração partido. 

Escrevo baseando-me naquilo que sinto.
Opiniões, escolhas, inclinações...

Escrevo. Apenas isso.

Indecisão .


Talvez seja apenas um até logo.

Ah, talvez, seja somente isso: um "até logo".
Não, acredito que não seja.
Ele irá embora. 
Desta vez, será pra sempre.

O tempo passa agressivamente rápido.
Ele se fora e encontrou um novo amor.

O que poderei fazer? Esquecê-lo? 
Devo esperá-lo?
...
Ah jeito bipolar de amar.

Bipolaridade consentida .


Foi cínico, e eu gostavaDepois de palavras baseadas em mentiras, me apaixonara. Depois de beijos que me tiraram o fôlego, o amor me encontrou...
Cinismo! Fiquei frente a frente com ele, e não o percebi. Eu gostava daquilo. Gostava do que era cínico, do que era irreal, não importando quantas vezes aquilo me machucaria. Eu queria todo aquele cinismo ao meu lado, junto a mim, mesmo que isso me fizesse sentir uma dor física, impossível de suportar. Eu gostava daquilo.
Sim, assumo que tenho saudades e que faria tudo aquilo de novo porque você me provocava as melhores sensações, os desejos mais insanos e, por trás de tudo isso, me tornara apenas mais uma, e não me envergonho. Era esse cinismo que me atraía. 
É, dane-se! Ainda o quero .

Passado .

Chega sem pestanejar. 
Chega querendo me domar.
Ah, me deixa!
Já não te quero aqui. 
Passado insano, vá embora!
Deixe-me só.

Turnos.

Madrugadas loucas cheias de nós dois, cheias de mim, cheias de você.
Madrugadas loucas feitas de entrega, de beijos e desejos.
Madrugadas loucas feitas do mais puro e confuso amor.

Manhãs deliciosas feitas de brigas, feitas de abraços.
Manhãs deliciosas feitas de nós dois.

Tardes calmas de saudade.
Tardes calmas de olhares.
Tardes calmas ansiando que a noite chegasse.

Noites claras de sorrisos.
Noites claras do nosso obscuro segredo.

19 de janeiro de 2011

Segredo .

Desejo aquilo que não posso ter facilmente. É, o impossível me atrai e eu gosto disso. Não importa quantas vezes ouvirei que jamais o terei. Ainda assim, o buscarei. Mesmo que ele me diga não e que me deixe triste, estarei sempre pronta pra ir atrás, quantas vezes ele me chamar. Afinal, o amor é assim: parece impossível, mas é gostoso sentir ele chegar, tirar toda sua força e te deixar com o coração ansioso, insaciável. É uma deliciosa sensação.
Gosto de provar as coisas que não foram feitas pra mim, gosto de buscar sentimentos, gosto de abraçar o que não quer ser abraçado, gosto de sentir o que ninguém quer sentir. É, eu gosto do que não me condiz, e o que isso importa? Eu gosto de me sentir livre e a liberdade pode até ser proibida. Na verdade, o que é rejeitado obviamente, me atrai e me apaixona .



18 de janeiro de 2011

Promessas .

Prometi pra mim mesma não mais me permitir pensar em você, prometi. Desfiz a promessa e nem me esquentei com isso, afinal, meus pensamentos se tornaram mais fortes que eu; posso ter ganho a batalha, mas a guerra eu perdi, e já não tenho vergonha de assumir. Me permito pensar em você pelo menos um pouco, mesmo que a cicatriz se rasgue e o torpor me deixe sem ar; mesmo que tudo se desfaça e os meus olhos em prantos comecem a sonhar. Me permito. 


Já não sou mais tão forte quanto antes - não me importo tanto com isso -, já não sou mais tão insensível. O muro que separava a vontade da saudade de você caiu e já não tenho mais forças pra reconstruir tudo. As lembranças até me acalentam, me ajudam a suportar o fato de ter perdido - se é que algum dia te tive - mas, o tempo que ficamos, que estivemos juntos, ah, esse tempo é o motivo dos meus suspiros que chegam do nada; esse tempo é que me faze sorrir e acreditar em uma nova estrada, com você. 
Meus olhos se desesperam a procura dos seus. Meus olhos dominam todo o meu ser, e isso é bom. Te olhar é bom, e me permito fazer isso. 
Em meu coração, um pulsar parece me sufocar, mas, eu gosto. Eu gosto da dor que causa, eu gosto de saber que você está aqui, que posso tocar você, que posso olhar você, mesmo sem te amar, mesmo sem te ter pra mim. Me permito apenas ser sua, mesmo que você não seja meu. Já não ligo se vai doer. Me tornei masoquista quando se trata de você. Gosto da dor que me causa, gosto da dor que me atinge, gosto da dor que me derruba. Se eu tiver que sentir dor pra te ver, sentirei em  todos os momentos, sem pestanejar.
Porque apesar de  tudo, eu te amo!