29 de outubro de 2012

Dentro mim é solidão .

Sou a reprodução de erros e desacertos.
Medos e manias.
Defeitos e vulnerabilidades.
Sou o resultado de algo que nunca deu certo.

Sou a resposta de mágoas e dores,
Traumas e ansiedades,
Angústias e amor frustrado.
Força e crítica baseada em mentiras.

Em minha cabeça cheia de problemas,
Minhas memórias e medos se apagam,
Meus planos e minhas promessas se descumprem,
E nada do que sou iria facilitar uma melhora.

Não sou evolução de algo bom,
Não sou uma pessoa que se deve usar como exemplo.
Eu machuco, eu maltrato e uso de cinismo.
Eu zombo, eu mato e minto.

Eu não vou estar perto quando precisam,
Eu não sou o que pensam,
Eu não quero sua pena,
Eu não quero que você chore comigo.

Eu nasci e dentro de mim estou sozinho.

Me silencio em lágrimas .

Esse nó na garganta volta a me atormentar, num medo que se torna insondável aos que estão ao meu redor. Eles nunca entendem o que se passa em minha cabeça, lutando contra mim mesma para afastar de dentro de mim cada parte que pede pra que eu alivie essa dor em meu peito. Qual a sua definição de azucrinar? Sabe o que me azucrina? Entre essas dores, esse medo, e essa vontade maldita de me encher de sonífero e não ter que pensar em mais nada, busco meus refúgios. Um sorriso ali, uma promessa aqui e qualquer coisa que me afaste de mim mesma. Me sinto confusa agora, sinto que cada célula do meu corpo implora por algo que amenize a dor. O que fazer?! Eu me silencio em lágrimas, pedindo que meu cérebro pare de pensar, e que meu corpo se contenha com sua própria dor. E eu só imagino uma forma de me livrar de tanta dor, que se transformará em mágoa e se espalhará em mim. Eu escrevo. Ignorando aquele remédio em minha necessaire. Alguém pode me responder o que eu faço com essa dor toda dentro de mim? Alguém pode ao menos me ouvir por um instante? Eu sou produto de tudo que me machucou, me fez sentir raiva e até produto do que me ajudou a estar controlada, controlada até agora. E o que me faz me afastar de mim mesma? Eu só queria, que por um momento, eu não fosse tudo isso que minha cabeça diz que sou, em meus devaneios de personalidade multiplicada pelo meu medo de dizer coisas que engulho. E se tornam esse maldito nó na garganta que me faz  não querer entender a mim mesma. E eu me pergunto: "Pra que tanta dor?". Meu cérebro sugere um alívio. E que tipo de alívio você me aconselharia? Alguém está me ouvindo? Eu ainda estou aqui! 

21 de outubro de 2012

Angústias Cortantes

Ela gosta de evitar olhar-se no espelho e ver que sua vida não passou de uma fantasia de sua cabeça, onde todos aos seu redor eram felizes e devidamente dignos de todo o amor e carinhos que ela fornecia. Durante todos os anos, aniversários e festas familiares ela se dedicou a sorrisos e meiguices falsas, onde por dentro sentia repulsas e vontades imensas de cortar seus pulsos e deixar a vida se esvair pelo sangue que foge dos seus pulsos tão relutantes. Ela não aguentava mais fingir e forjar sorrisos na vida tão fútil e idiota que levava, precisava gritar, precisa sumir e fugir de si mesma. E todos dizendo que ela merecia sorrir, faziam com que ela agisse de acordo com o que achavam que era melhor, mas ela nunca foi do tipo obediente, meiga ou doce. Ela sempre foi uma verdadeira grossa e menina que se revoltava por qualquer um que chegasse e fizesse seu coração se quebrar, mas sempre silenciava em suas raivas e angústias cortantes. Ao chegar em casa, ela se escondia no banheiro com seu kit quase - suicídio, e fazia o que acalmava seu ser. Ela se cortava até toda sua raiva passar e depois voltava para seu mundo cor de rosa, formado e formatado por pessoas que sempre queriam indicar seus caminhos. Nunca se entregou totalmente a seus momentos de raiva, sempre foi de se conter e evitar. Mas um dia ela precisou se cortar, e esse corte foi tão profundo que ela pode ver o mundo girar e sumir a sua volta, a menina induzida agora fez algo que foi totalmente seu, ela tentou aquilo que se negava a fazer, ela se cortou tão profundamente e acordou num hospital cujo os pacientes eram parecidos com seu interior, ela não via ninguém, não tinha mais quem induzisse ela. Não haviam vozes, amigos, familiares, nem meiguice fingida, ela agora podia fazer o que sua cabeça permitia, a menina havia se matado no mundo real, e o seu mundo agora entre os loucos. A menina não mais fingia, agora ela era ouvida, ela tinha raiva e seus remédios a acalmavam. A menina agora vivia. Suas angústias cortantes, cortaram qualquer laço com um amor falso que o mundo lhes oferecia. 

20 de outubro de 2012

Confissões de um psicopata iniciante .

"O que te faz sentir raiva? 
O que te faz perder a cabeça e sentir raiva?"

Meu subconsciente se pergunta diversas vezes, e minha cabeça lateja tentando entender que sentimento de raiva é esse dentro de mim. Mas que diabos eu queria fazer nesse exato momento? Odeio quando não dizem diretamente o que querem dizer, eu sinceramente, não suporto que me perguntem demais ou duvidem demais de mim. Essas histórias de criar juízo e de ver a vida do jeito que deve ser vista, e esses malditos gritos em minha cabeça, para que serve tudo isso? Eu quero na verdade sumir, por favor, me faz sumir nem que seja em sonho. E que sono posso ter, se acabaram-se os diazepans e só me sobraram uísques baratos que me fazem anestesiar todas essas angústias e perguntas que minha cabeça tão insistente. Os alucinógenos que o cigarro me traz, me fazem enlouquecer, com esse desejo intenso de acabar com o resto de merda de vida que levo. O que me faz continuar? Eu e minhas bipolaridades de querer viver e agradecer e noutro dia querer que tudo se foda. Ah, eu não posso esquecer que o cigarro é como morfina, me destrói por fora, enquanto as pessoas me juram amor eterno me destroem por dentro. O que posso fazer quanto a toda essa merda que tenho que ouvir e encarar todos os dias? Lanço um sorriso cínico e digo que tudo está bem. E essa maldita mania de querer ser politicamente correto. 
- Politicamente o que? Que porra é essa?!
Ah, eu não posso continuar a querer que tudo seja lindo e doce, iguais as primaveras e os beijos de amores das vadias que tive. Eu quero mais é que tudo dê errado e que minha vida continue essa merda. Só esperando que essa raiva tome conta de mim, e me mate de vez. Mais uns quatro cigarros e um vidro de uísque, e meu coração se recupera de todo mal que absorveu. Pra lhe ser sincero, meu caro leitor, essa droga de mania de persistir tem me tornado um frustrado. Eu nem sei o que é que essa raiva tanto quer que eu faça, eu só preciso de um minuto para acabar com minha vida, ou com a vida de alguém, por um momento, eu desejo sentir alguém implorando que eu pare de enforcá-lo, mas não, não cederei a esse desejo maldito de matar alguém. Mais um cigarro e chega, hoje não passarei da escrita, espero que amanhã não queira sentir o gosto de fazer alguém sentir dor. 

16 de outubro de 2012

Moça de olhos castanhos

Ela olha para o céu com medo. Seu coração se aperta e angustia a alma que tanto chora sem saber o motivo. Ela tem medo. Suas lembranças machucam, desejo de saber o que aconteceu, uma infância embaralhada e certamente apagada por motivos que a pobre menina de olhos castanhos profundos não imagina. Que medo é esse que te assusta e te afasta da realidade? O que aconteceu de tão grave, de tão horrível que a menina não lembra? Ela foge em momentos de felicidade, mas a angústia permanece dentro dela, com um medo, um receio e um segredo que jamais será revelado. Segredo este que nem a menina de olhos e cabelos castanhos sabe o que significa. O medo de olhar suas mãos, o medo de olhar para trás. As pessoas insistem que ela siga, mas tem algo que a prende, que não deixa com que ande, que chega a puxar suas pernas e rasgar seus momentos de felicidade, e ela novamente se angustia. O remédio não será mais um refúgio, afinal, ela não quer se manter fora de si. Ela tem medo, ela tem receio, ela não sabe o que pode fazer lembrar da sua infância tão superficialmente inocente. A menina de olhos castanhos já não quer deixar pra trás, seu presente parece perfeito, mas o que seu passado esconde? Essa agonia já vem crescendo, esse medo vai além do que suas mãos podem segurar. A menina de olhos castanhos não se encaixa no quadro socialmente correto, ela não é comum, ela não quer ser comum. A menina de olhos castanhos confessa ter medo e os seus olhos lacrimejam do medo que existe dentro dela. 

15 de outubro de 2012

"Como posso te querer tanto?"

Manias e desejos, defeitos e erros
Sorrisos, olhares e silêncios.
São momentos em que só o coração fala
A boca se cala, e o desejo aumenta.

Olhando em seus olhos, me sentindo segura,
Sem medo, cheia de saudade e louca por você.
Estranho, muito estranho sentir isso agora
"Como posso te querer tanto?"

Olho nos seus olhos e sinto uma mordida,
Seus lábios junto aos meus,
Seus olhos fechados e suas mãos em minha cintura,
Esse aperto significa tudo, amor.

Você se despede em silêncio, prometendo a volta,
Meus olhos lacrimejam sem controle,
Não de tristeza, mas de alegria.
Porque posso dizer que te amo, sem medo de errar.

9 de outubro de 2012

Despedida de Solteira

Ela sabia curtir a vida, no início da adolescência conheceu tudo o que seu corpo se despertou a querer, , desde beijos até o álcool. Ela não se importava com o que pensavam ou diziam dela, muito menos com o que seu coração queria dizer, ela apenas queria viver intensamente. Se foram seus quinze, dezesseis, dezessete anos. Ela se apaixonava todos os dias, experimentava novos gostos, novos estilos, novos abraços, mas nunca queria se sentir de um abraço só. Ela gostava de viver sozinha. Não obedecia o seu coração, e nem queria viver intensamente um amor, ela estava  satisfeita em ser sozinha. Ela salientava sua adolescência e as qualidades que obteve com a chegada dessa fase. Ah, nada poderia prendê-la. Eles olhavam e acreditavam que aquela menina nunca seria de ninguém e mesmo assim tentavam deixá-la apaixonada. E por instantes ela se apaixonada intensamente por um, por outro, mas nunca se entregava a ninguém. "Ela não nasceu para ser mulher casada" - diziam os mais íntimos. Porém, certo dia, logo depois de sua adolescência ter passado, ela hoje uma mulher de 21 anos encontra o que nunca havia sentido, percebe que o álcool não supria o que seu coração pedia, e nem aquelas danças e muito menos os braços e abraços que se entregou um dia ou outro. Ela olha um rapaz de olhos castanhos e meigos, não percebe o que estava pra acontecer, apenas sente algo tão forte que faz estremecer a pernas. E ele a olha com tanto amor, que ela nunca tinha sentido. Seu mundo se perde quando ele olha nos olhos dela, é como se nada mais existisse, e se apaixona de um jeito que nunca tinha se apaixonado. E aos 21  anos ela vira mulher de um homem só, ela vira mulher dele desde o primeiro olhar, e então ele sabe da história dela, do modo de como andava solta e jamais se prendia a alguém, e isso não o amedronta. Ela decide ser dele, e todos os dias se apaixona intensamente por ele. Ela hoje se tornou além do que diziam, e mais do que imaginavam, no auge dos seus 21 anos ela decide que viveu sozinha demais e encontrou o seu príncipe, então decide viver com ele. E hoje, ela percebe que poderia girar o mundo duas vezes, ou três, mas jamais amaria e desejaria alguém mais do que seu amor, e o melhor, é que ele também a ama. Hoje, ela percebe que não nasceu pra ser sozinha, ela nasceu pra ser de alguém. Na verdade, ela nasceu pra ser dele. 

Frase do dia:

"E eu já não sou egoísta em querer ser amada. Eu aprendi um jeito egoísta de amar."

1 de outubro de 2012

Ives Ricardo

E então ele aparece fazendo com que todo o meu mundo pare, e quando eu o olho, ele evita. Aquele frio na barriga que há tempos eu não conhecia, chega tão descontrolado, que agora eu evito olhá-lo. Parece que sua presença, assim tão perto, me faz sentir vontade de não mais fugir, agora pareço não sentir medo. Ele permanece calado, chega ser frio, me pergunto se devo falar com ele, mas tenho receio de como falar, de como ele vai reagir, então faço uma simples pergunta:
- Ei, você ainda toma o mesmo refrigerante?
Ele responde monossilábico, olhando diretamente nos meus olhos, e depois me olha da cabeça aos pés com um jeito de rejeição. E eu tremo, fico tão sem graça, que me pergunto se deveria arriscar falar com ele mais uma vez, então evito. Ele arruma as coisas e vai embora, e quando passa pelo portão de casa é como se eu tivesse o perdido, e essa sensação me incomoda tanto que eu fico angustiada, agoniada e decido pegar meu celular e enviar uma mensagem. Ele responde, dessa vez não foi monossilábico, ele realmente escreveu. E então eu percebo que existe ainda algo entre nós dois, algo tão forte que me fez mudar totalmente meus defeitos e me tornar compatível com ele. Eu não quero saber como ou o que devo fazer, a cada mensagem percebo que é com ele que quero ficar, e não me importo em ir atrás dele e dizer que o quero de volta. E então, percebo que ainda existe uma chance de ficarmos juntos, vejo que o pra sempre existe e foi o pra sempre que me trouxe você. Começo a perceber que ele me faz mais completa, tanto que transbordo. E nesse momento percebo que Deus me deu um milagre, afinal, Deus me deu você.